terça-feira, 4 de março de 2014

Vai declinar?


Contaram-me dias atrás que um velho ofereceu ajuda a um jovem. Este jovem, cheio de si e até com certa elegância, dispensou a oferta.

Diz um ditado "que ninguém oferece aquilo que não pode dar". Assim, presume-se da parte daquele ancião muita capacidade.  E realmente tinha. Seguramente aquele sábio não dispunha de dinheiro tampouco de vigor físico para executar tarefas. Porém, aquele homem tinha muito conhecimento. E num mundo cheio de mazelas e de inúmeras dificuldades aquele que possui informações e conhecimentos é de grande valia.

Mas, mesmo assim, o jovem dispensou a ajuda. Coisa diferente aconteceu com um amigo dele. Este último, em verdade, um outro empresário, se dispôs a sentar com o sábio e a ouvi-lo; se dispôs a colocar em prática alguns conselhos e recomendações. E se dispôs, inclusive, a visitar outras realidades diferentes da sua para poder avaliar melhor sua atuação enquanto empreendedor.

Claro que estas lições tomaram tempo e muita dedicação. Mas isto faz parte do investimento. Este é o capital intelectual que qualquer empresa e empresário deve ter; e mais, que qualquer empresa e empresário tem a obrigação de investir permanentemente. Este jovem, este que resolver ouvir os conselhos gastou tempo com leituras e estudos, viagens e reuniões. Ele se dispôs a trocar experiências com outros humildes e resignados empresários que também tinham o mesmo interesse: melhorar as suas atuações frente às empresas que dirigiam.

Com o tempo aquele outro, aquele primeiro que citamos que dispensou os conselhos, talvez por preguiça ou auto-suficiência, viu seus colegas crescerem e prosperarem. Analisou a situação e nele surgiu uma ponta de arrependimento. Pena, era tarde. O velho sábio, que ofereceu seus préstimos e ajudas já não mais estava lá, ou melhor, até estava contudo já tinha outros novos discípulos, outros novos empreendedores que estavam sedentos por conhecimentos e sedentos por ouvir todos os seus aconselhamentos.

Esta pequena história nos faz refletir. Seja eu um empregado, gestor, gerente, diretor ou proprietário de uma empresa ou mesmo um profissional liberal, será que tem perto de mim, algum sábio, querendo me ajudar? Será que existe algum serviço, talvez gratuito ou a baixo custo me sendo oferecido e eu esteja mais preocupado em oferecer uma desculpa para declinar esta oferta do que aceitá-la?

O futuro vai chegar e poderá nos cobrar ações e atitudes em prol da nossa profissão e da nossa empresa.
Cuidado, amanhã poderá ser tarde!



Fulvio Ferreira
Comerciante, palestrante e consultor em comércio varejista.
fulvioferreirapalestrante.blogspot.com

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