sexta-feira, 27 de março de 2015

Ousadia


O empresário Ricardo Semler, no final década de 80, no século passado, lançou um livro que fez muito sucesso à época com o título "Virando a própria mesa!"

Quem pensa que esta história de estresse profissional é coisa recente, quem pensa que o Século XXI, por uma série de razões muda os planos profissionais após 20 anos de exercício de uma mesma profissão está enganado. Não é de hoje que com o passar dos tempos, que anos de exercício de uma função ou de uma profissão trazem consigo um sentimento que mistura cansaço, decepção e vontade de fazer algo que seja mais prazeroso.
Ainda que menos rentável.

Explico melhor: no ano passado participei de um grande evento promovido pelo Sebrae. Este evento era destinado basicamente a médicos e dentistas. 
A maioria deles tinha mais de 15 anos de formados e quase todos possuía um ótimo nível profissional, com muitos conhecimentos, com muitos pacientes, um nome respeitado e consequentemente com ótima remuneração. Mas todo este conjunto de fatores por si só não garante satisfação, não garante felicidade. Um grande percentual destes profissionais apresentava cansaço decorrente do exercício diário de suas atividades. E não é aquele simples cansaço que dias de férias resolvem. É um cansaço que leva a pessoa a querer mudar de profissão, a mudar de ramo. A fazer outra atividade profissional que às vezes é diametralmente oposta.

E este sentimento é mais comum do que se imagina.
Acomete profissionais liberais, bancários, empresários, motoristas de ônibus, funcionários públicos, professores ...... enfim, todas as categorias estão sob o risco desta necessidade de mudança.

Porém esta fase coincide com a maturidade. Em geral isto ocorre quando se tem entre 40 e 50 anos, um nome estável no mercado e quando se tem família para criar. Então a vontade de mudar, então a necessidade de se fazer algo que seja mais prazeroso esbarra no medo. No medo de largar o certo e encarar o desconhecido; no medo de enfrentar tudo novamente quando já não se tem mais 20 anos; no medo de não conseguir o mesmo nível salarial da profissão ou função atual.

Muitos destes profissionais que passam por estas situações de questionamentos ficam aonde estão e vão até o final de suas jornadas aumentando suas mágoas e seus rancores. Aos poucos vão se tornando amargos e em muitos casos admitem para si doenças oriundas de insatisfações. Mas há aqueles que resolvem ser mais ousados. Que pedem as contas da empresa, ou que fecham ou vendem empresas com longa história de sucesso e resolvem fazer outra atividade laboral que seja mais lucrativa. Que dê mais lucro. Aqui não estou falando de dinheiro, estou falando de satisfação pessoal. O lucro em questão é aquele que mistura a remuneração com a alegria de servir, aquela sensação no final do dia que dá a certeza do dever cumprido. E bem cumprido!

Talvez, esta ousadia, esta coragem seja para poucos. Porque realmente não é fácil abrir mão do sucesso, abrir mão da segurança em prol daquilo que é novo, desconhecido e ainda não desbravado.
Mas seguramente é mais prazeroso, mais saudável e mais inovador.

Você se encontra assim?
Está em situação semelhante?
Pense, talvez seja a hora de você virar sua própria mesa!


Fúlvio Ferreira
Comerciante, palestrante e consultor em comércio varejista.
www.fulvioferreirapalestrante.blogspot.com

quinta-feira, 19 de março de 2015

São José



A Igreja Católica comemora hoje o Dia de São José.
José era descendente da Casa Real de David, era carpinteiro. Segundo as Escrituras José era um homem bom, justo e trabalhador.

Durante toda a minha vida quando ouvia o comentário "fulano é honesto" ouvia em seguida, de alguma outra pessoa "mas isto não é virtude, é obrigação!"

Será que este mesmo comentário se aplica a José?
Ser um homem bom, trabalhador e justo além de ser características dele seria atributos essenciais à qualquer homem, especialmente um pai de família?

A história conta que José tinha esposa e filho para cuidar; que tinha responsabilidades sobre uma casa.
E que ele não se furtou, hora alguma, de responder positivamente a todos estes encargos dirigidos ao pai e homem da casa que foi José.

E mais, a história narra em alguns pontos, que José e sua família viviam modestamente, que trabalhavam muito e que a vida da família era limitada. Mas em hora alguma esmoreceram na fé, em hora alguma partiram para o delito, para o caminho errado. Muito ao contrário, em toda a vida dele e de sua família sempre foram muito devotados a Deus, sempre muito tementes e religiosos.

Em que pese a vida que José, Maria e Jesus tiveram, em que pese as dificuldades em hora alguma receberam benefícios do governante. José nunca defendeu nenhum Rei ou Governador de sua época apenas porque um deles dava benefícios e benesses a sua família.

Acima de tudo está a bondade,
Acima de tudo está a justiça,
Acima de tudo está o trabalho!

Encerro deixando algumas palavras do Padre Zezinho:
"E que homens carreguem nos ombros a graça de um pai..."
E acrescento: e que os homens entendam que primeiro vem o trabalho e não encostem esperando que de cima, que do alto venha o sustento da sua família. Porque isto é esmola, isto afasta a sua dignidade, corrompe pessoas e perpetua governantes no poder.


Fúlvio Ferreira
Comerciante, palestrante e consultor em comércio varejista.
www.fulvioferreirapalestrante.blogspot.com

Frase da Semana


quinta-feira, 12 de março de 2015

População Flutuante


Posso lhe fazer um convite?
Comece a observar a quantidade de carros com placas de fora que circulam pela cidade, especialmente pelo centro.

É grande o número! E a origem é bem variada. Carros de cidades próximas, carros de cidades distantes e também de capitais. Claro que existem alguns que são carros locados, estes, em geral, possuem placas de Belo Horizonte e Curitiba.

Cada carro que aqui aporta traz uma ou mais pessoas que são chamadas de "população flutuante". E os motivos são os mais diversos.
Uns veem para comprar, outros para vender, há quem venha procurar os serviços de saúde, lazer e também pessoas que vêm em busca de serviços públicos já que a cidade possui muitas representações regionais de órgãos Estaduais e Federais. E ainda existe um grande contingente de estudantes, estes são chamados de "turistas permanentes" porque moram aqui grande parte do ano e movimentam muito dinheiro.
Isto sem falar nas pessoas que procuram oportunidade de trabalho e que encontram.

Mas quero, agora, lhe fazer uma pergunta: 
A cidade está preparada para receber estes turistas? 
O comércio enxerga bons negócios e trata com carinho e respeito estes "clientes estrangeiros" ?
Existe sinalização viária adequada? 
Há placas informando locais, bairros e nomes de ruas?
Sabemos ser gentis no trânsito?
E o trânsito está, no mínimo, razoável?
Somos acolhedores?
O transporte público oferece informações básicas?
Os funcionários públicos demonstram paciência?

Agora vamos pensar em nós mesmos. Quando viajamos, sob qualquer pretexto, como queremos ser tratados? E como somos tratados?
Alguns setores tiram boas notas nestes testes mas outros.......
Falta muito treinamento em nossa cidade, muito zelo, especialmente por parte de alguns setores públicos.
É necessário enxergar que estes visitantes devem levar boa impressão de nossa cidade.
É necessário enxergar que estes visitantes trazem dinheiro novo para a nossa economia, logo eles são os Reis e como tal devem ser tratados.

Assim, é hora de ser melhor. Melhor comerciante, melhor vendedor, melhor atendente.
E é hora de cobrar de quem deve melhorar os serviços, o trânsito, a segurança, para o nosso bem e para o bem de quem aqui estiver!


Fúlvio Ferreira
Comerciante, palestrante e consultor em comércio varejista.
www.fulvioferreirapalestrante.blogspot.com


quinta-feira, 5 de março de 2015

Você também gosta!


Vamos combinar uma coisa?
Ninguém gosta de ser mal tratado e ninguém gosta de ser mal atendido!

Quando se fala em mal atendimento diretamente pensamos numa loja e pensamos num vendedor ou numa vendedora de mau humor. 
Logo imaginamos o cliente perguntando sobre algum produto e recebendo respostas secas e as vezes até brutas.

Mas aqui queremos abrir um pouco mais.
Este mau atendimento vai além, pode ser num posto de combustíveis, num guichê de rodoviária, no transporte público, na portaria de um prédio, na secretaria de uma escola e inclusive numa repartição pública qualquer.

Sabemos que todos possuem dificuldades, sabemos que em todos os locais existem problemas mas que culpa tem o cliente?
E aqui vale lembrar que o cliente possui muitos nomes. 
O cliente por vezes recebe o título de paciente, de usuário, de pai, mãe, freguês, de eleitor...
Mas em todos eles a essência é a mesma, em todos os lugares é ele, o cliente, a razão da existência daquele local aonde se está prestando um serviço.

Então, é hora de mudar o parâmetro.
Se você está à frente de um balcão de atendimento, se você está à frente de uma mesa onde se presta atendimento diretamente ao público é necessário lembrar que todos nós gostamos de ser tratados com carinho e respeito.
Que todos nós gostamos de ser tratados com um mínimo de urbanidade. Isto é regra!

Afinal, já que gentileza gera gentileza, que educação atrai educação devemos perguntar:
Quem será o primeiro?
Quem vai inaugurar esta corrente do bem?

Sugerimos que seja quem está à frente, quem está diretamente em contato com pessoas porque quem aí está deve ser especialista em pessoas e deve gostar de gente.

Ou você não gosta de ser bem tratado?

Fúlvio Ferreira
Palestrante, comerciante e consultor em comércio varejista.
www.fulvioferreirapalestrante.blogspot.com