Na semana passada eu estava num consultório e uma das revistas que estavam à disposição dos pacientes era um guia de compras.
A publicação era muito bem feita e tinha anúncios tanto de empresas quanto anúncios de imóveis. Entre eles um me chamou a atenção.
Tratava-se da venda de uma casa. Um imóvel antigo, sem garagem composto por poucos cômodos, um banheiro, cozinha pequena e quase sem quintal. O terreno é esconso. E o estado geral extremamente lamentável. De lá só se aproveita o terreno, que é pequeno. Apesar de estar no centro da cidade não é bom negócio.
Como eu não havia sido chamado para o atendimento continuei folheando. Em pouco tempo parti para a leitura de um jornal. E a matéria que mais me chamou a atenção foi a de um imóvel no centro da cidade que havia sido negociado por um significativo valor. E apesar das cifras serem expressivas a casa servia apenas para desmanche. Somente o terreno podia ser aproveitado. E mesmo assim com restrições porque ele é pequeno.
O curioso foi o fato deste imóvel ter sido usado para fazer média. Sim, a única explicação plausível é esta. Tudo além disto é balela. A explicação dada tem nenhuma pertinência, nenhum poder de convencimento. A construção não possui requintes de estrutura, nenhuma linha arquitetônica que seja admirável tampouco história.
Ora, então por que a casa foi comprada?
Quem se beneficiou com este negócio?
A população?
Eu, você e quem mais ler este texto?
Claro que não. Porque em verdade o quê nós, povo, queremos é saúde, educação e segurança.
E o quê merecemos é respeito.
E o lazer, bem este nós deixamos para o circo, talvez lá possamos fazer parte de alguma oficina de trapézio ou de malabares ou mesmo de fantoches.
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