Fui uma criança normal. Corri, brinquei, fiz muita arte e muita estripulia. Caí, machuquei e me ralei muito. Subi em árvores, fiz guerra de mamonas e atirei pedras em passarinhos.
Hoje as brincadeiras são outras, as artes são outras e os machucados também são outros. Naquele tempo o que chateava um menino era ficar de castigo, ou o tempo estar chuvoso ou ser preterido das brincadeiras entre os colegas e vizinhos. Atualmente acabar a bateria do Game ou do smartphone é um caos para qualquer criança, cair o sinal da internet então.....
O mundo é da mobilidade e da conectividade. Estas características alcançam também as crianças. Naquele tempo as "artes" eram reais, hoje são virtuais. Raras crianças conhecem um bodoque, um estilingue. Mas quem tem mais de 40 anos seguramente já brincou muito com um. E brincar significava acertar frutas e aves.
Então significa que muitos daqueles que temos mais de 40 somos criminosos por termos atirado pedras em passarinhos? Atentamos contra o meio ambiente ao quebrar galhos de árvores para montar cabanas e clubinhos?
Ora, em tudo na vida precisamos de equilíbrio. Somos fruto do meio e precisamos cuidar e preservar nossa casa que se chama Planeta Terra. Precisamos cuidar da nossa região, da nossa cidade e dos ambientes que vivemos. Mas cuidado com os exageros. Do jeito que a coisa vai seremos impedidos de entrar no mato para recolher ovos da galinha e isto, metaforicamente, pode significar abrir mão da própria alimentação. Ou com outras palavras, se não houver equilíbrio, se o mais importante for apenas cuidar do verde em breve correremos o risco de ficarmos verdes, de fome!
Em verdade o crescimento e a evolução precisam ser auto-sustentáveis. Um modelo onde haja produção agrícola, pecuária e industrial com o mínimo de impacto ambiental.
Mas que todo este modelo não despreze, hora alguma, a vida e a sobrevivência daquela única espécie que pode, com sua inteligência e trabalho, reverter qualquer situação.
Sejamos sim, verdes.
Sejamos sim, ecológicos.
Mas de barriga cheia porque uma mente cujo estômago está vazio não consegue sequer brincar!
Fulvio Ferreira
Comerciante, palestrante e consultor em comércio varejista.
www.fulvioferreirapalestrante.blogspot.com
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